sábado, 1 de agosto de 2009

Sonaecom aumenta lucros e despede duzentos

A Sonaecom - empresa do grupo Sonae para a área das telecomunicações que obteve 1,2 milhões de euros de lucros entre Abril e Junho - atirou para o desemprego mais de 200 trabalhadores que operavam num call-center da Clix e da Optimus. Alguns deles trabalhavam há mais de três anos no mesmo serviço. O Esquerda.net deslocou-se às instalações da empresa na Quinta do Lambert, em Lisboa, e ouviu alguns dos trabalhadores.
Uma denúncia enviada para os Precários Inflexíveis na passada quinta-feira, revelou que a Sonaecom despedira cerca de 200 trabalhadores do Serviço de Atendimento ao Cliente da Clix, por via de uma troca de empresas de trabalho temporário (ETT). O Esquerda.net deslocou-se ao local e confirmou a informação. Estes trabalhadores agora despedidos prestavam serviços para a Clix (Sonaecom) mas tinham contrato com a Select Serviços Lda, uma empresa de trabalho temporário. A Select terá perdido o contrato de prestação de serviços com a Soneacom para outra empresa de trabalho temporário, a Teleperformance. Em consequência, a Select despediu os trabalhadores, alguns há vários anos a trabalhar para a Clix - Sonaecom, e a Teleperformance abordou os mesmos trabalhadores oferecendo-lhes contratos mais precários e "vergonhosos".Segundo um dos trabalhadores ouvido pelo Esquerda.net, de contratos a termo incerto os trabalhadores passariam para contratos a prazo de seis meses, com flexibilidade de local de trabalho, com prémios incertos que fariam baixar os vencimentos, e perdendo todos os direitos adquiridos ao longo de vários anos, sendo muitos deles despromovidos no posto de trabalho. A somar a isto, grande parte destes trabalhadores iriam para instalações da ETT em Setúbal - pagando as respectivas despesas de deslocação. "O que a Sonaecom fez é vergonhoso. Há pessoas com vários anos de casa que se dedicaram com empenho à empresa. E tinham esperança em obter estabilidade, em finalmente passar da Select para os quadros da Sonaecom. Mas o que aconteceu foi uma desilusão. O que nos foi oferecido foi uma mudança de Empresa de Trabalho Temporário, para condições ainda mais precárias. Seria começar tudo do zero outra vez. Afinal, estes anos não valeram nada", desabafou um dos trabalhadores ao Esquerda.net, adiantando que "cerca de 90%" dos trabalhadores recusaram assinar o contrato com a Teleperformance.Despedimentos também na OptimusAtravés da informação recolhida à porta das instalações do Contact Center da Sonaecom, o Esquerda.net ficou também a saber que dezenas de pessoas que trabalhavam no serviço "1693" da Optimus (também da Sonaecom, a operar no mesmo edifício), foram despedidas. "Hoje [31 de Julho] é o nosso último dia de trabalho. Amanhã estamos desempregadas" disse uma das trabalhadores, que de seguida esclareceu: "Eles mudaram o serviço "1693" para o Porto. Ninguém daqui tem condições para ir trabalhar para o Porto e arcar com as despesas. Na prática fomos despedidas".Serão muito mais de 40 o número de pessoas afectadas. "Só na minha turma de formação éramos 40...Mas havia mais turmas...". As trabalhadoras revelaram ainda que mantinham contrato com a Egor, outra Empresa de Trabalho Temporário a prestar serviços para a Sonaecom. Desconheciam qual será a ETT que assegurará o serviço da Optimus no Porto.Curiosamente, a Sonaecom justifica os lucros de 1,2 milhões de euros obtidos entre Abril e Junho de 2009, com a subida das vendas da Optimus, que aumentaram 2,8% no período em análise.
Ao que o Esquerda.net apurou junto de fontes sindicais, o procedimento da Sonaecom não é único. Se uma ETT oferece uma proposta mais vantajosa - ou seja, com menos custos para a Empresa base - aos trabalhadores restam duas opções: ou ficam no desemprego ou aceitam condições de trabalho ainda mais precárias e às vezes a centenas de quilómetros de distância da sua casa.
P.S.Obtido de outro site:http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=12988&Itemid=1

Sem comentários:

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin