domingo, 30 de agosto de 2009

Semana Internacional do Contact Center

Retirado da página da APCC (Associação Portuguesa de Contact Centers)

"A Semana Internacional do Contact Center comemora-se entre 01 e 08 de Setembro. Em Portugal, este ano optámos pela data de 20 a 27 de Setembro para que todos os Associados já tenham gozado o seu período de férias.

O objectivo fundamental desta iniciativa é a promoção e credibilização da actividade e do seu potencial de geração de valor e emprego.

Durante esta semana propomos aos Associados que realizem um conjunto de iniciativas que promovam a participação dos seus colaboradores, criando um espírito positivo e de equipa, em ambiente de trabalho. Esta é uma oportunidade de demonstrar aos colaboradores o reconhecimento pelo seu trabalho e, ao mesmo tempo, de garantir e fomentar a excelência do serviço prestado. A semana promove também a união de todos os Contact Centers, visto que, todos celebram a sua indústria e um consequente networking.

Este ano focamo-nos em três aspectos fundamentais para esta iniciativa: o desenvolvimento interno do Contact Center, a sua promoção ao nível externo e a melhoria da performance por parte dos colaboradores.

No ano passado tivemos dois associados que aderiram ao espírito da Semana do Contact Center e não quiseram esquecer de assinalar a data. A Prosegur Activa decidiu promover um concurso entre colaboradores e premiar o vencedor. Também a Mondial Assistance desenvolveu desenvolveu actividades no âmbito desta comemoração.

Esperamos que a acção se estenda a todos os Associados.

Se desejar participar nesta acção, por favor, não hesite em contactar a Associação! Aguardamos o seu contacto!"

As partes sublinhadas e em negrito são minhas mesmo; tem alguma graça, acho eu.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

domingo, 23 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Die Mensch-Maschine

"Die Mensch-maschine" é o nome de um album editado pelos Kraftwerk em 1978, o título traduzido significa "O Homem-máquina"; é um album excelente dos pioneiros da música electrónica nativos de Dusseldorf, mas não é bem disto que quero falar.

Nunca eu pensei em vir a compreender tão bem, sentir assim tão na pele (por assim dizer) uma das frases emblemáticas de um dos grandes êxitos deste album cantada em russo com toda a glória multi linguística própria dos Kraftwerk:

"Я твой слуга,
"Я твой работник"

"Sou o teu servo,
Sou o teu trabalhador"
(Die Roboter – Kraftwerk)

Eles falavam de robots esclareça-se, e é precisamente disso que me lembrei de falar aqui, da robotização implícita na função do operador de Contact Centre.

Li um estudo muito interessante chamado "Operadores de Call Center: Inconsistências e Desafios da Gestão de Pessoas" realizado por José Roberto Gomes da Silva, Maria do Carmo Leite de Oliveira, Rafaello Constantino e Claudio Zaltzman, que aborda muitas das questões que, secretamente, afligem aqueles que dão as vozes pelas empresas. Isso leva-me a falar de algumas coisas por eles referidas do ponto de vista da minha experiência pessoal.

A padronização

Todos os que passaram por uma linha de atendimento estão, em menor ou maior grau, familiarizados com o "script de atendimento".

O script não é mais do que um guião que deve orientar a conversação entre o operador e o cliente; tanto pode ser uma linha geral de orientação, como um conjunto de respostas pré-determinadas a "todas" as questões que o cliente possa colocar.

Na teoria é uma coisa boa, na práctica nem por isso.

Nos sítios onde o script é usado, usualmente os operadores são penalizados - ou avaliados negativamente pelo departamento de qualidade - quando não o seguem, mesmo que isso os obrigue a não responder ao cliente, ou a responder sempre com as mesmas fórmulas .

Isto leva-nos ao problema da padronização que é este: as pessoas não são todas iguais, logo, os clientes não são todos iguais, logo, não falam do mesmo modo nem reajem do mesmo modo às respostas.

Se por um lado é positivo uma empresa manter um conjunto de resposta coerentes, não deixando a cargo da capacidade de improviso dos operadores as respostas, por outro isto faz com que os operadores se sintam - de modo consciente, ou não - aprisionados dentro de um vocabulário limitado que obviamente não cobre todo o espectro das emoções humanas.

Privando os operadores da sua humanidade linguística prejudicam-se os clientes que sentem que estão a falar com uma máquina (quantos de nós não ouvimos isto mesmo, pelo menos uma vez na vida?).

Se um cliente calha a colocar uma questão não contemplada no guião, o operador vê-se a braços com o dilema de não responder ou de responder (correndo o risco de ver uma avaliação negativa). Isto nunca pode ser positivo para ninguém creio eu.

Existem depois os clientes belicosos... existem sempre esses infelizmente, e para os operadores que cumpram o script, esses serão certamente os mais temidos na medida em que deliberadamente falam de modo a hostilizar o operador sabendo que este não tem a capacidade de responder nos mesmos termos. Explora a vulnerabilidade do operador que está vinculado ao tal conjunto de respostas pré-determinadas, inócuas e acima de tudo, não emocionais.

Num cenário de atendimento presencial a linguagem corporal do operador bastaria para sanar o conflito. Ora a linguagem corporal é inexistente no atendimento telefónico, e a oral é castrada.

Operador + Linguagem Padronizada = Mau Atendimento

Saltemos para o próximo tópico shall we?

A falta de valorização

As empresas na teoria valorizam os seus empregados e os Contact Centres não são excepção. Nas ofertas de emprego quase invariavelmente se solicita “Espírito de Equipa” bem como “Capacidade de Resolução” como sendo qualidades que o futuro operador deverá ter.

Durante as formações – consoante são melhores ou piores – são realizados jogos que visam fomentar precisamente esse espírito de coesão e de orgulho identitário, o chamado “Amor à Camisola” em bom português.

Depois começa-se a trabalhar e é aí que se compreende que se é só mais um no meio de dezenas (ou centenas) de operadores encerrados em cubículos, ilhas ou pequenas secretárias. Compreendemos que estamos sozinhos.

Falar com o colega do lado é francamente desaconselhado, contrariando todo o espírito gregário natural da nossa espécie e minando o trabalho dos formadores que tentaram criar esses laços num grupo de formandos. Para não falar da aniquilação das sinergias que se podem criar entre elementos novos e antigos de uma empresa.

A “equipa” inicial é agora dissolvida em pequenos indivíduos que se espalham pelos lugares vagos e pela grelha horária.

A equipa é um conceito virtual desprovido de valor real na maioria das empresas.

A equipa é um conceito que dá jeito aos gestores de recursos humanos na medida em que serve para agrupar indivíduos em unidades lógicas: a equipa de back office, a equipa de atendimento, a equipa rosa e a equipa azul, etc.

Da equipa a única coisa que se sabe é que existe um chefe, o chefe de equipa, ou o supervisor consoante as empresas.

Os chefes de equipa são o segundo degrau da hierarquia nos Contact Centres e normalmente são antigos operadores – salvo aqueles que, por artes mágica, surgem sem experiência anterior na função – que foram “promovidos”.

A promoção é outro dos conceitos virtuais que existe num Contact Centre.

Promoção quer normalmente dizer mais umas dezenas (não muito generosas) de euros no salário, mais pressão e menos satisfação pessoal.

Mais Pressão + Menos Satisfação = Frustração

Um chefe de equipa frustrado rapidamente evolui para um chefe de equipa prepotente que abusa do seu recém adquirido poder.

Não é um poder real claro, mas a capacidade de poder negar a ajuda a um membro da “equipa” porque está a combinar o jantar com um familiar, a debater questões extra-laborais com outro chefe ou qualquer coisa deste género rapidamente corrompe os espíritos mais fracos. E espíritos fracos abundam nos dias que correm.

Já se sabe, uma maçã podre estraga um cesto de maçãs boas; um chefe mau aliena muitos operadores bons.

Este degrau da hierarquia, que deveria servir de intermediário entre o operador e a restante estrutura da empresa, é usualmente o maior entrave à participação do operador na vida da empresa.

É este degrau que filtra a informação que deverá chegar ao degrau seguinte.

Ora no degrau seguinte raramente se sabe o que se passa na base da pirâmide, e o segundo degrau zelosamente faz com que este só saiba as coisas boas como o SLA (o malfadado Service Level Agreement) favorável ou o cumprimento dos objectivos.

O degrau seguinte, em empresas de tamanho razoável, é o Chefe/Director de Departamento e é a pessoa responsável por todas as equipas de determinado grupo de funções e seus chefes, embora raramente saiba sequer os seus nomes.

Será pouco razoável pensar que um Chefe deste calibre deva pelo menos saber o nome dos seus subordinados? Trabalhei numa empresa de tamanho razoável onde o Director Executivo não só sabia os nomes dos subordinados como sabia quem compunha os seus agregados familiares(com maior ou menor detalhe). Era, no entanto, uma das excepções da Besta Corporativa que não só fomentava os valores da equipa como os punha em práctica.

Chegamos à parte da valorização do operador...

Esta tem alguma graça até; a ideia de valorizar o operador.

Os operadores são a voz da empresa, são a mão de obra que informa, esclarece e resolve as questões maiores e menores que os clientes apresentam e no entanto, não valem mais do que os seus contratos de trabalho temporário renovados mensalmente.

Porque existe essa realidade mais ou menos velada não é?

É que os operadores (e os seus chefes também) raramente são das empresas para as quais desempenham funções, estando vinculados a empresas de trabalho temporário.

É nesta parte que eu deixo de compreender o porquê de se pregar uma falsa lealdade a uma empresa da qual não se fará parte e na qual não se poderá ter uma participação activa.

Ainda me estão a acompanhar? Eu clarifico:

A empresa “X” para a qual atendem chamadas vai patrocinar um evento que é para vocês é moralmente repreensível. A tendência será manifestar esse desagrado junto do Departamento de Relações Públicas que está a promover o evento. Ao fazê-lo, seremos rapidamente lembrados que deveríamos ter seguido os canais adequados (leia-se o chefe de equipa e o representante da empresa de trabalho temporário) porque, na práctica, não somos filiados naquela empresa mas sim noutra e esses é que ouvem as nossas queixas. Esses, claro está, com sorte até ouvem mas nada farão que possa hostilizar o seu cliente.

A empresa “Y” vai realizar um evento de convívio e actividades de montanha no Gerês, mas a maioria dos elementos da empresa não serão incluídos porque o evento é reservado àqueles que têm um contrato com a referida empresa.
Alguns dos nossos colegas de equipa (da nova equipa, da real, a que se forma nas trincheiras do atendimento) até vai ao convívio porque por acaso até trabalha na empresa desde os tempos em que esta ainda não conhecia as empresas de trabalho temporário, e quando voltar do convívio vai mostrar as fotos e falar com entusiasmo do quão espectacular é a empresa “Y” por se preocupar tanto com os seus empregados. Ao fazê-lo, vai estar inadvertidamente (ou não) a alargar o fosso criado entre os que “são” e os que “não são”.

A participação do operador é excluída sistematicamente porque apesar do operador fazer parte do núcleo duro da empresa, o operador não é da empresa.

O operador é só um operador e raramente deixará de o ser (salvo a excepção do Chefe de Equipa, que na práctica é só uma espécie de Operador com outras cores), porque, no final de contas, o que é que um operador sabe? Nada para além do script que lhe deram.

Claro que as suas competências pessoais previamente adquiridas deixaram de existir já há muito tempo, algures durante a formação inicial.

Os Contact Centre promovem conceitos grupais incorrectos que levam a que se gerem conclaves dentros de si próprios que acabam por se tornar não comunicantes.
De quantos casos de ausência de comunicação inter-departamental me lembro? De demasiados para os referir aqui, acreditem.

Todos estes “pequenos” factores contribuem para uma alienação progressiva do operador face à “sua” empresa na medida em que todos estes procedimentos, departamentos e hierarquias virtuais assumem contornos de uma obra de Kafka.

Kafka foi bem lembrado (modéstia à parte) porque ele usava deliberadamente na sua produção literária uma linguagem muito seca, administrativa e desprovida de emoções que faz (assustadoramente) lembrar aquela que nos é solicitada nos Contact Centres.

Ele usava-a para criar o efeito de alienação que se sente nos seus livros e nós? Usamo-la para quê afinal? Para eliminar barreiras entre o cliente e a empresa?

Nem todas as empresas são assim certamente (apesar de ter trabalhado numas tantas que o eram efectivamente e conhecer as experiências de outras pessoas que trabalham ou trabalharam noutras e que relatam o mesmo), nem todos os chefes de equipa são maus; existem sempre as excepções à regra. Fica material para a reflexão.

“Wir sind auf Alles programmiert,
Und was du willst wird ausgeführt”

“Estamos programados,
Para fazer aquilo que quiserem”
(Die Roboter - Kraftwerk)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Clientes no seu melhor 2:

* Cliente descobre que tem factura em divida: "Só tenho chatices na vida..."

* Cliente não recebeu carta de username e password: "Eu trabalho com ferro... o meu filho é que sabe o que é isso... e-mail? Eu depois pergunto-lhe o que é isso..."

* "Eu vou enviar fotocópias do meu coiso..."

* "Eu vou cortar os pulsos devido ao tempo de espera para ser atendido..."

* Cliente descobre que 1ª factura recebida tem diversos erros ortográficos a nível da morada: "Eu dou 2 bananos na fusa a quem se enganou a inserir a minha morada no vosso sistema..."

* Cliente escuta frase de acolhimento e diz: "Você poderá ser útil se me levar ao céu porque desde que sou cliente Oni o inferno caiu em cima de mim..."

* "Eu fico com o serviço até dia 25 de Abril porque é uma data bonita... se não me resolverem os problemas cancelo o contrato..."

* Cliente em contencioso: "Eu vou tornar isto a causa de uma vida..."

* Cliente reclama avaria e em sotaque brasileiro diz: "A sua voz é doce vou confiar em si..."

* Cliente questiona o tarifário Onivox: "Faz de conta que eu estou aqui como numa igreja... ajude-me..."

* Assistente: "Pagamento foi efectuado através de referência multibanco?"... Cliente: "Não... foi através da Internet..."

* "Eu não fui induzido em erro pelo comercial, eu fui vigarizado..."

* Cliente tentando indicar Oninet Speed: "Eu sempre tive o OniSpéd..."

* Cliente reclama avaria Power Line Oni220: "Meta o equipamento na cona..."

* "Os seus colegas estacionaram a carrinha aqui perto do prédio e põe-se a jogar PSP. Eu juro que vou atrás deles... eu persigo-os..." (Técnicos Power Line numa suposta pausa no decorrer da resolução de uma avaria)

* "Quando o seu supervisor parar de as foder que me ligue..."

* "O seu supervisor não está disponível porque está a foder a amante em casa no meio dos lençóis..."

* "Eu tenho tráfego ilimitado das 22h ás 2h durante a semana e 24 horas aos fins de semana mas dentro do tráfego ilimitado qual é o limite?"

* "Tanto tempo há espera podiam pôr uma musica melhor carago!"

* Sra. descrevendo avaria no serviço de voz: "Linha trabalha brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr..."

* Cliente questionando sobre motivo de cancelamento de contrato e indica: "A Oni trata-nos como cães... resolvem as coisas quando lhes apetece..."

* Cliente pretendia falar com funcionário Oni Sr. Manuel Borges Pimentão após receber carta aviso: "Esse senhor é um merdas... vá ameaçar outro... das ameaças dele não tenho eu medo... eu sou cumpridor..." ... assistente indica que já recebeu anteriormente cerca de 15 cartas e se pagar dentro da data limite não receberá cartas aviso... cliente diz: "Sua incompetente... concorda com isto está bem aí nessa empresa a trabalhar... ordinários...

P.S:Obtido de outro blog:http://viperqueen.blogspot.com/2006/10/oni.html

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Clientes no seu melhor:


* Cliente escuta frase de acolhimento e questiona: "A sra. é normal ou é um computador?"

* Cliente continua a receber facturas da PT? "Tem sido uma tragédia"

* Cliente reclama morosidade de intervenção técnica na resolução de avaria "No Brasil aprendi que quem morreu hoje... 4ª feira está duro"*

* Cliente reclama factura: "Gosto de estar em cima destas situações"

* Cliente recebe factura de Oniduo com valor de chamadas sem indicação de ADSL: "Há seus marotos. Ora bolas! É muito aborrecido..."

* Ao explicar Oniduo Oll oferta V2 cliente indica gritando: "Mentirosa... Fins-de-semana não contempla sábado..."

* Ex-colaborador Millennium BCP: "Eu tenho "montes" de colegas que aderiram e estão insatisfeitos"

* Gritando pretendia contactar CaboVisão: "Oh menina mande-me uma tomada porque as linhas têm muito gás e a televisão tem chuva

* Gritando pretendia contactar EDP: "Foda-se... merda... venham cá... o poste na rua caiu novamente... estou às escuras mas já agora quero dar a contagem do contador"

* "Eu vejo os vírus a entrar"

* "Eu não sei onde estou"

* Cliente com intenção de pedir acordo de pagamento: "Sou uma mulher simples..."

* Cliente solicita 2º acordo de pagamento: "Apesar dos meus pedidos de socorro continuam a apresentar facturas"

* Sr. solicita esclarecimento de serviço Onidio "Explique-me como se eu fosse muito muito burro

* Cliente recebe uma carta aviso de facturas em divida: "Recebi uma carta da ION..."

* Sra. com serviço suspenso: "...corte de factura..."

* Cliente ao finalizar chamada para linha 1850 (serviço informativo) deseja a assistente "Um bom lanche"

* Cliente com avaria de serviço de voz Oll "Eu ouço as conversas de outras pessoas quando levanto o auscultador e não sei quem são... conversas muito ordinárias..."

* Enquanto explicava ponto de situação Oniduo cliente interrompe e diz "Háááá... fui ao centro comercial Palmeiras e devo ter deixado lá a carteira quando paguei o café..." desliga chamada em pânico...

* "Desculpe mas não estou a ouvir... só um momento... estou a descascar um ovo..."

* Cliente recebe formulário 2210: "Paga-se a portabilidade? Não quero aderir ao serviço... ladrões. O Zé Povinho paga tudo... esta merda... (desligou chamada)... após contactar Clix... "...desculpe ... exaltei-me... só se paga uma vez não é? Como é que se preenche isto?"

P.S:Obtido de outro blog :http://viperqueen.blogspot.com/2006/10/oni.html

sábado, 1 de agosto de 2009

Sonaecom aumenta lucros e despede duzentos

A Sonaecom - empresa do grupo Sonae para a área das telecomunicações que obteve 1,2 milhões de euros de lucros entre Abril e Junho - atirou para o desemprego mais de 200 trabalhadores que operavam num call-center da Clix e da Optimus. Alguns deles trabalhavam há mais de três anos no mesmo serviço. O Esquerda.net deslocou-se às instalações da empresa na Quinta do Lambert, em Lisboa, e ouviu alguns dos trabalhadores.
Uma denúncia enviada para os Precários Inflexíveis na passada quinta-feira, revelou que a Sonaecom despedira cerca de 200 trabalhadores do Serviço de Atendimento ao Cliente da Clix, por via de uma troca de empresas de trabalho temporário (ETT). O Esquerda.net deslocou-se ao local e confirmou a informação. Estes trabalhadores agora despedidos prestavam serviços para a Clix (Sonaecom) mas tinham contrato com a Select Serviços Lda, uma empresa de trabalho temporário. A Select terá perdido o contrato de prestação de serviços com a Soneacom para outra empresa de trabalho temporário, a Teleperformance. Em consequência, a Select despediu os trabalhadores, alguns há vários anos a trabalhar para a Clix - Sonaecom, e a Teleperformance abordou os mesmos trabalhadores oferecendo-lhes contratos mais precários e "vergonhosos".Segundo um dos trabalhadores ouvido pelo Esquerda.net, de contratos a termo incerto os trabalhadores passariam para contratos a prazo de seis meses, com flexibilidade de local de trabalho, com prémios incertos que fariam baixar os vencimentos, e perdendo todos os direitos adquiridos ao longo de vários anos, sendo muitos deles despromovidos no posto de trabalho. A somar a isto, grande parte destes trabalhadores iriam para instalações da ETT em Setúbal - pagando as respectivas despesas de deslocação. "O que a Sonaecom fez é vergonhoso. Há pessoas com vários anos de casa que se dedicaram com empenho à empresa. E tinham esperança em obter estabilidade, em finalmente passar da Select para os quadros da Sonaecom. Mas o que aconteceu foi uma desilusão. O que nos foi oferecido foi uma mudança de Empresa de Trabalho Temporário, para condições ainda mais precárias. Seria começar tudo do zero outra vez. Afinal, estes anos não valeram nada", desabafou um dos trabalhadores ao Esquerda.net, adiantando que "cerca de 90%" dos trabalhadores recusaram assinar o contrato com a Teleperformance.Despedimentos também na OptimusAtravés da informação recolhida à porta das instalações do Contact Center da Sonaecom, o Esquerda.net ficou também a saber que dezenas de pessoas que trabalhavam no serviço "1693" da Optimus (também da Sonaecom, a operar no mesmo edifício), foram despedidas. "Hoje [31 de Julho] é o nosso último dia de trabalho. Amanhã estamos desempregadas" disse uma das trabalhadores, que de seguida esclareceu: "Eles mudaram o serviço "1693" para o Porto. Ninguém daqui tem condições para ir trabalhar para o Porto e arcar com as despesas. Na prática fomos despedidas".Serão muito mais de 40 o número de pessoas afectadas. "Só na minha turma de formação éramos 40...Mas havia mais turmas...". As trabalhadoras revelaram ainda que mantinham contrato com a Egor, outra Empresa de Trabalho Temporário a prestar serviços para a Sonaecom. Desconheciam qual será a ETT que assegurará o serviço da Optimus no Porto.Curiosamente, a Sonaecom justifica os lucros de 1,2 milhões de euros obtidos entre Abril e Junho de 2009, com a subida das vendas da Optimus, que aumentaram 2,8% no período em análise.
Ao que o Esquerda.net apurou junto de fontes sindicais, o procedimento da Sonaecom não é único. Se uma ETT oferece uma proposta mais vantajosa - ou seja, com menos custos para a Empresa base - aos trabalhadores restam duas opções: ou ficam no desemprego ou aceitam condições de trabalho ainda mais precárias e às vezes a centenas de quilómetros de distância da sua casa.
P.S.Obtido de outro site:http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=12988&Itemid=1

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